quinta-feira, 30 de abril de 2009

A Volta do Mestre

publicado na revista UFO
em dezembro de 2006
Este é o principal assunto da nossa história apesar de poucos o valorizarem, seja porque sempre situado no contexto religioso ou mesmo pelas tentativas equivocadas – como a que tento empreender com as marcas das minhas imperfeições – que terminam por desgastar a sua importância perante o desavisado juízo homo sapiens.
O ser humano — eu inclusive e, principalmente — precisa perceber que, quando ele acredita em alguma coisa, o seu organismo produz uma descarga química que lhe dá profunda satisfação, seja no caso de uma crença nobre ou fútil. É por isso que nós, seres humanos, quando acreditamos em algo nos sentimos bem e em paz, o que sob certo aspecto é um perigo, porque terminamos às vezes acreditando em quimeras e cretinices. Afinal, crer é um conforto, pensar é um esforço, daí preferirmos a crença. Conduto, sou dos que pensam que, querendo-se ou não, acreditando-se ou não, esperando-se ou não, a volta do Mestre continua absolutamente na pauta do dia — apesar da frieza com que o tema é tratado pelas elites das religiões que administram o seu legado — e este assunto tem tudo a ver com a questão extraterrestre, em especial com o fato de jamais esta humanidade ter tido um contato claro e objetivo com os seres de fora.
Como, de minha parte, pretendo ser este o último artigo que escrevo sobre o tema, pelo menos até que se cumpra a sua volta, é minha intenção, enquanto ainda posso, mesmo sem a menor credibilidade perante o juízo alheio, reafirmar que a volta do Mestre se dará até o mês de abril de 2007, conforme penso ter entendido do aviso dado pelos irmãos de outros orbes. Caso não se cumpra no período apontado, isso se deverá a “uma outra falha na comunicação”, mas não implica no cancelamento do seu retorno, afirmam os tais mentores. De todo modo, obedecendo aos ditames da prudência do lado de cá, já deixo aqui o meu renovado pedido de desculpas, pois estarei aposentado pelos fatos.
Independente dos “ruídos na comunicação”, esses seres relatam que, quando esse Suserano Celestial se fez humano na personalidade de Jesus, eles acompanharam, de suas naves estacionadas próximas a Terra, toda a sua missão e tentaram mesmo interferir quando perceberam que inevitavelmente Jesus iria ser violentamente tratado pela estupidez do mundo.
O interessante é que havia o aviso profético sobre a forma como o Messias esperado seria tratado pelos seres humanos e, mais perturbador ainda, era saber que eles mesmos, por serem assessores do Mestre, haviam sido os veículos cósmicos portadores dos tais estudos proféticos produzidos por uma certa ciência (na Terra esta ciência cósmica ficou conhecida como “profecia”), e que influenciaram os profetas do Antigo Testamento para que essas notícias fossem veiculadas. Para eles, perturbou-os, contudo, o zelo com que Jesus cumpriu, nos detalhes, as tais profecias. Esse aspecto foi e é surpreendente, até para os seus próprios assessores, porque a história não teria que ter sido daquela forma, segundo eles.
É inquietante, pare este escrevente, perceber que esses seres cósmicos não sabem, até os tempos atuais, se sempre “acertaram”, nas suas funções de assessoramento, com as posturas por eles assumidas ao tempo da rebelião de Lúcifer. Como também me foi inquietante perceber que eles não sabiam, até o momento da vida de Jesus, se haviam “acertado” na veiculação das notícias, através dos profetas, sobre o que aquele Suserano Celeste iria enfrentar quando um dia nascesse na Terra, como um simples mortal. Por este e outros motivos, tentaram, então, a todo custo interferir quando perceberam que Jesus ia ser inapelavelmente levado à crucificação.
O momento da transfiguração de Jesus, conforme registrado nos evangelhos, descreve a tentativa deles em pedir a autorização ao seu Senhor, que estava ali encarnado como simples homem, para literalmente invadir a Terra, retirá-lo do aparente domínio das forças estabelecidas do judaísmo e do poder romano, e mostrar ao mundo quem Jesus realmente era: uma autoridade Celeste que, por amor a um bando de loucos encarcerados no fluxo das vidas terrenas, havia se feito homem. Mas Jesus os impediu de fazer isso e, para tanto se transfigurou com o objetivo de vibrar no mesmo diapasão que os seus assessores vibravam, para que não pudessem existir dúvidas, da parte desses seres, de que ele, mesmo estando na condição de um simples homem, tinha perfeita consciência do que ali estava decidindo. “Era necessário que se cumprissem as escrituras”, disse-lhes Jesus naquela e em outras oportunidades.
Em sendo isso verdade, esses seres demonstram um profundo zelo por essa “aparente bobagem aos nossos olhos terrestres”, que se chama “cumprimento das escrituras”.
O problema parece ser que, na concepção do que se chama ética cósmica, a questão pouco importante para nós assume aspecto superlativo. E o fato é que para eles, depois da crucificação de Jesus, quando o Mestre novamente se aproximou e ofertou, ao seu já velho apóstolo João, o conjunto dos fatos demarcadores do seu retorno, mostrando o dia em que haveria de voltar, após o desenrolar de todo um roteiro profético posteriormente registrado por João nas páginas do Apocalipse. Este, conseguiu de forma genial e inspirada, para as condições de um homem com quase 100 anos de idade e com as concepções de alguém que viveu há 1900 anos atrás, com a ajuda de um seu discípulo também chamado João, escrever as tais páginas inspiradas que passaram à posteridade como mensagem hermética somente passível de ser entendida no futuro, quando os tempos fossem chegados.
O fato é que, logo depois do desencarne de João, segundo eles, teve lugar uma reunião nos ambientes espirituais na qual participaram esses seres com mais um numeroso grupo de espíritos exilados de outrora, que ainda se encontrava na Terra, grupo este, formado na época, por dezenas de milhares de famílias cósmicas ainda em degredo na Terra. Essas famílias, agora reunidas já com a consciência que Jesus era a expressão terrena do Suserano Celeste a quem já conheciam antes do exílio, resolveram algo de nobre tentar fazer para ajudar ou facilitar, o que possível fosse, a próxima vinda de Jesus, já que, na sua primeira estada neste mundo, quase que a totalidade dos que ali estavam, havia atrapalhado e em muito a sua missão.
Assim, quando os tempos fossem permitidos, novas providências seriam tomadas para fazer cumprir o que os seres (os tais anjos que são descritos no Apocalipse) haviam — na oportunidade do encontro em que o Mestre e eles ditaram para João os termos proféticos do Apocalipse — registrado como sendo o trabalho das “duas testemunhas” que o apóstolo evangelista cunhou para a posteridade no seu capítulo 11. E o que ali eles haviam colocado teria sido o compromisso espiritual do grupo de famílias dos exilados, para ser cumprido quando os tempos assim o permitissem.
Teria sido dessa maneira que foi arquitetada essa espécie de pacto — ou “acordo sagrado” — entre esses seres e os tais espíritos de exilados que ainda se encontravam na Terra, e que parece ser o caso de muitos dos que estão agora encarnados e envolvidos direta ou indiretamente com este momento, ou seja, os tempos atuais em que vivemos em que se dará o cumprimento da promessa do Mestre de aqui retornar – “o leitor entenda bem”, já dizia Mateus em seu evangelho.
Por volta do ano de 1890, quase o mesmo grupo que se reuniu no início do século 2 d.C., tornou a se encontrar agora para decidir o que seria feito pelas famílias de exilados que ainda estavam na Terra com o objetivo de ajudar, de alguma forma, no processo em torno da chegada do Cristo. Como o processo de seu retorno corria exclusivamente sob os auspícios da insistência amorosa do próprio Mestre, e não por merecimento dos terráqueos, para aquelas famílias o que mais importava era uma espécie de obrigação moral que seus membros sentiam de algo tentar fazer, mesmo que isso pouco representasse efetivamente, mas que tivesse algum significado moral, filosófico, para as famílias de exilados dos muitos sistemas de mundos vinculados à história planetária terrestre.
Foram, então, ali traçadas algumas estratégias, estudadas outras alternativas, mas não se chegava a nenhum tipo de consenso — e observemos que pelos padrões de tempo terrestre essa reunião durou bastante. O fato é que, em algum momento, a única estratégia que se achou minimamente exeqüível foi então posta à mesa como sendo a única possível de ser arquitetada, pelo menos em teoria, e dizia respeito a uma espécie de “missão impossível” (perdoe-me o leitor mas não encontro outro epíteto) de ser realizada com um mínimo de sucesso na sua consecução, mas que, de modo algum quem a fosse realizar, poderia ser poupado de uma série de augúrios preocupantes no campo da sensibilidade e da honorabilidade pessoal.
A questão é que simplesmente nenhum dos pares espirituais ali presentes estava apto a executar a tal tarefa, pois esta necessitaria uma série de critérios a princípio paradoxais no campo da aquisição espiritual, para a sua razoável consecução. Espíritos muito evoluídos não poderiam isso lograr realizar pois, já libertos dos grilhões das mazelas humanas, não possuíam mais o mínimo de “malícia e esperteza” exigido para transitar com uma nobre missão por entre as víboras e as serpentes que empestavam o mundo — seriam, pois, facilmente enganados e atropelados pelas coisas do mundo, o que os impediria de levar a missão até o fim. Também não se encontrou um só dos exilados que, quanto ao trato com as questões do mundo fosse suficientemente “manso e suave como as pombas e ao mesmo tempo prudente e esperto como as serpentes”.
Na ausência de alguém ali habilitado, ainda assim permanecia a questão sobre quem, dentre os presentes, poderia executar o tal trabalho.
Aqui importa o registro de uma outra história. Ao tempo da Inconfidência Mineira, quando alguns dos inconfidentes, em número de dez, se reuniram em uma dada oportunidade para fazer frente à notícia de que, a qualquer momento iria chegar um emissário do rei de Portugal portando um decreto que tratava de aumentar os impostos que o Brasil normalmente enviava para Portugal. Chegaram a conclusão de que a única opção era literalmente a de assassinar o emissário de Portugal assim que ele pisasse nas terras brasileiras, como forma de evitar a promulgação do decreto. Aquela havia sido a única alternativa proposta na reunião. Foram, então, proceder com a votação da proposta e a mesma foi aprovada por nove votos contra um. Contudo, na hora de escolher quem iria cumprir a tal missão para o bem do Brasil, nenhum dos nove que haviam votado a favor aceitou a missão. Diante dos fatos, aquele que havia votado contra, mesmo sem concordar com a proposta, se ofereceu para realizar o trabalho por não existir outra alternativa.
Parece ter siso algo muito semelhante a um impasse desse tipo o que deve ter acontecido em 1890 nos ambientes espirituais para que hoje esses seres tentem me demonstrar e me convencer que, desde a época aludida, havia sobrado para este escrevente a tal tarefa de anunciar a chegada de Jesus, ainda que não tivesse a mínima condição e estatura moral para tanto. O curioso é que eles fazem isso desde 1986 e, mesmo sem que ninguém me possa acreditar, já fiz um pouco de tudo para me livrar dessa ingrata função.
Em sendo isso verdade, o fato é que se arquitetou lá por cima uma estratégia para ser colocada em prática nos tempos imediatamente anteriores ao dia em que Jesus havia comunicado a João, quando da arquitetura do Apocalipse, no qual ocorreria o seu prometido retorno. E parece ser por isso que, desde 1990, após os quatro anos em que eles me solicitaram o concurso, sem que eu nada aceitasse no campo do empenho e da exposição pessoal, que eles começaram a me envolver, já com minha aquiescência, para a produção dos livros que, mesmo com as marcas das minhas múltiplas imperfeições, o repito, tentam abordar este assunto. E pelo que julgo estar informado, a tal estratégia começou a ser posta em prática no ano de 1999, e cujos desdobramentos devem se prolongar até meados do ano 2007.
É importante ressaltar, creio eu, que o Mestre Jesus nada tem a ver com o processo em curso, pois este parece ser produto do livre-arbítrio individual e coletivo de espíritos de ex-rebeldes desde há muito congregados na Terra. Daí a marca dos mal-entendidos, hesitações e equívocos, dentre outras questões.
O fato é que, desde a decisão tomada nos ambientes espirituais, esses seres e os espíritos que ali estavam presentes, criaram um código de ética para o tal trabalho, cujo resultado parece hoje cair sobre os meus ombros. Parece que as questões de conveniência e outros aspectos do carma pessoal foram também subordinados aos fins pretendidos. Esse seria, portanto, o motivo pelo qual um certo grupo de exilados, trabalhando em conjunto nas três esferas, ou seja, na dos extraterrestres, na dos espíritos desencarnados e na dos encarnados, algo fizesse para tentar anunciar, na amplitude que fosse possível, a chegada de Jesus, mesmo que isso custasse um pouco ou muito das sensibilidades de todas as pessoas que terminariam se envolvendo com o processo. O interessante é que eles frisaram que o peso do desgaste não cairia somente sobre o espírito do “centurião que havia crucificado Jesus” — que por forças das circunstâncias havia se oferecido para algo tentar fazer dando início ao efetivo processo de anunciar a iminente chegada — que seguramente iria ser o mais visado, mas todos que nasceram carmicamente envolvidos com esse mister, teriam um pouco ou muito de desgaste na tentativa de semear no mundo a notícia da volta do Mestre.
De acordo com uma das almas mais lúcidas que já “pôs os pés” neste planeta, Ramana Maharshi, “o destino da alma é determinado conforme seu prarabdha-karma. O que não deve acontecer, não acontecerá, não importa o quanto você deseje. O que deve acontecer, acontecerá, não importa tudo o que você faça para evitar”. Vamos dizer que não me esforcei muito para evitar a minha cota nesse mister. Parece que cumpri com parte do que estava compromissado, mas isso não importa posto que inexorável.
No que me cabe, concluo o presente artigo repetindo o que já falei e escrevi repetidas vezes. Desde a publicação do primeiro livro (nele está escrito como também em todos os outros), desde a primeira palestra anunciando a chegada do Mestre (e em todas as outras), sempre afirmei que existia muito de equívocos de minha parte na arquitetura do desesperado anúncio que estava sendo feito do modo que estava sendo possível. Sempre pedi prudência, que ninguém acreditasse passivamente ou mesmo com esforço em coisa alguma, mas que o assunto fosse estudado e refletido porque era e é questão pontual pelo qual passam o nosso passado, o presente e o futuro que nos espera. Mais do que isso não poderia fazer e não pude mesmo! Porém, ainda que com todos os equívocos de minha parte e mais, notadamente esses últimos, pelos quais novamente me desculpo, rogo que não se desinteressem pelo tema da volta do Mestre, por conta dos desacertos e dos trôpegos passos deste escrevente, até porque esta questão se eleva muito acima da capacidade da cretinice humana (em especial da minha própria cota) em não conseguir lidar convenientemente com as questões espirituais e celestiais que envolvem a vida terrestre. E, acreditem ou não, esta é outra afirmação que sempre tenho feito sobre a minha flagrante incapacidade para lidar com questões desse naipe.
Que venha o futuro!


Jan Val Ellam.